NOVO ARTIGO PCS | Diferenças entre certificações e rótulos ecológicos e de qualidade

NOVO ARTIGO PCS | Diferenças entre certificações e rótulos ecológicos e de qualidade

DIFERENÇAS ENTRE CERTIFICAÇÕES E RÓTULOS ECOLÓGICOS E DE QUALIDADE

Já todos ouvimos falar sobre sistemas de certificação ambiental, rótulos ecológicos e selos de qualidade, associados a edifícios e a produtos para a construção. Porém, há bastantes diferenças entre eles que convém clarificar.

Quando falamos em certificação ambiental de um edifício, estamos a falar, por exemplo, de uma certificação BREEAM, LEED, LiderA, SbTool ou Well, entre outras. A duas primeiras são as mais conhecidas no mundo inteiro e podem certificar edifícios de habitação, de serviços ou outros empreendimentos, apresentado numa escala, o quanto o objeto em avaliação pode ser sustentável, nomeadamente quanto à sua eficiência energética e redução da pegada ecológica. Contudo, há produtos para a construção que obtém o selo BREEAM ou LEED, o que quer dizer que a utilização daquele produto vai valorizar a escala de avaliação destes sistemas de certificação. Por isso, se pensarmos numa destas certificações, vai ser vantajoso, utilizar materiais reconhecidos pelo BREEAM e pelo LEED, dependendo do sistema a utilizar.

Se falarmos da certificação PassivHaus, falamos também de uma certificação aplicada aos edifícios. De origem alemã, o conceito casa passiva ou passive house, apenas se centra em garantir uma maior eficiência energética de um edifício, garantindo poucas ou nenhumas necessidades de aquecimento e/ou arrefecimento. Este conceito não prioriza em nenhuma fase a sustentabilidade quanto aos materiais e local onde o edifício é inserido. Ou seja, o seu contributo para um edifício mais sustentável, ou redução da pegada ecológica, é apenas o de potenciar a redução de CO2 emitido por sistemas de climatização, uma vez que esta certificação tem como objetivo tornar estes equipamentos dispensáveis. Também a PassivHaus, reconhece soluções construtivas adequadas a um edifício passivo, como caixilharias, sistemas para coberturas e outras.

Depois há os rótulos ecológicos aplicados aos materiais de construção. Estes, pretendem ser um instrumento de natureza voluntária que promove produtos com um nível elevado de desempenho ambiental, com o objetivo de reduzir o impacto negativo da produção e do consumo no ambiente, saúde, clima e recursos naturais. A ISO (International Standartization Organization) é uma organização não governamental formada por diversas entidades em vários países, que como o nome indica pretende trabalhar para a padronização de normas em todo o mundo. Distingue, essencialmente três rótulos ecológicos:

  • Tipo 1 – são rótulos voluntários que avaliam múltiplos critérios ambientais para cada categoria de produto;
  • Tipo 2 – são auto-declarações ou reivindicações espontâneas feitas pelos próprios fornecedores ou fabricantes, sem avaliações exteriores e sem a utilização de critérios preestabelecidos.
  • Tipo 3 – são os rótulos mais sofisticados e complexos, pois exigem extensas bases de dados para avaliar o produto em todas as suas fases, fornecendo a dimensão exata dos impactes ambientais.

Temos o SV 14024 – o sustainable value, que é um rótulo ambiental do tipo 1; qualquer simbologia para identificar melhorias ambientais num produto, desenvolvida pela própria empresa, é um rótulo do Tipo 2, e todas as EPD são rótulos do tipo 3. Mas há outros rótulos igualmente importantes e bastante exigentes, como o Cradle to Cradle (C2C). Esta certificação é uma marca científica, desenvolvida por um químico e um arquiteto, que atesta a qualidade dos produtos, através de vários níveis e atributos, fazendo uma análise exaustiva quanto ao ciclo de vida do produto, desde a extração da matéria-prima até ao destino final, focando-se na economia circular.

Existem, porém, outras certificações específicas, como a QUALANOD para um material, que trata de uma licença de marca que garante alta qualidade de um material em específico – o alumínio anodizado.

Todas as certificações, rótulos ou selos aqui referidos são voluntários e imprimem valor ao edifício ou produto para a construção. É, no entanto, necessário estar atento ao que cada um representa, para perceber a sua melhor aplicabilidade. No nosso portal, poderá encontrar mais informação no separador: certificação.

dezembro, 2022

Aline Guerreiro, PCS

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